Localizado na enseada de Aratu, às margens da Baía de todos-os-santos, na localidade de caboto, em Candeias, o antigo engenho de açúcar que tinha por nome de: Engenho Freguesia (Atual Museu Wanderley Pinho), constituído no século XVI quando a primeira sesmaria foi concedida ao português Sebastião Álvares, nessa mesma região em 1560 como foi citado na postagens anteriores.
Quando as Sesmarias eram doadas, crescia o número de habitantes no lugar, e com isso, o lucro crescia também porque a produção de açúcar era bem maior com a mão de obra do povo (Muitos deles eram escravos trazidos pelos portugueses à região de Candeias), produto que era comercializado para várias partes do país e produto bem aceito no mercado europeu por ser de alto valor no tempo.
Em 1584, as terras do engenho passam para Sebastião Farias, filho do primeiro; Gabriel Soares descreve o conjunto: "grandes edifícios, assim de engenho como de casas de purgar, de vivenda e outras oficinas...". Em 1624/25 os holandeses atacam e incendeiam o engenho e a igreja N. Sra da Piedade. Em 1680/90 o engenho é vendido a Antônio da Rocha Pita, Em 1760 Pertencia, nessa época, ao capitão Mor Cristóvão da Rocha Pita, neto de Antônio da Rocha Pita. Wanderley Pinho, devido ao fato de Cristóvão ter reconstruído a fábrica, sugere que poderia ter sido ele o construtor da atual casa. Nesta época, o engenho caboto é incorporado ao freguesia.
Em 1848, Antônio Bernardinho da Rocha Pita e Argolo, futuro Conde de Passé, adquire o engenho e restaura o conjunto. Em 1856 o Conde do Passé, Antônio Bernardinho da Rocha Pita e Argolo, restaura a casa de vivenda, fabrica e capela desta época. São seguramente as grades de balcões que substituíram os antigos varais de ferro do século XVIII. No forro de uma das salas da casa-grande, o Conde de Passé mandou pintar o seu brasão de armas. Em 1877, com o falecimento do Conde de Passé, passa para suas netas, Maria Luíza e Antônia Tereza, e é administrado pelo Barão de Cotegipe. Em 1886, através de casamento com umas das herdeiras, o engenho passa a pertencer ao Dr. João Ferreira de A. Pinho e em 1900 o engenho deixa de moer.
Muitas das informações desse conteúdo foram Obtida através do IPAC-BA, onde as mesmas diziam também, que, em 1817, reparos gerais foram feitos por Cristóvão da Rocha Pita, filho bastardo do homônimo Capitão Mor.
Em 3 de Janeiro de 1968, o governo do estado da Bahia cria o museu do recôncavo Wanderley Pinho para servir de sede e em 1970 a casa-grande, capela e engenho são restaurados pela superintendência do Centro Industrial de Aratu e departamento de edificações públicas do estado da Bahia, sob orientação do IPHAN, para servir de sede ao novo museu, inaugurado em Fevereiro de 1971.
No dia 6 de Março de 1991, infelizmente, foram furtadas diversas peças do museu, e por esse motivo o museu deixou de estar à disposição do público; foram roubadas 63 peças de porcelana, 58 armas antigas, 16 quadros, 9 imagens e 6 peças de cerâmica, totalizando 152 peças do museu, e apenas 32 peças foram recuperadas. O Furto foi noticiado pela edição do Jornal A Tarde logo após o acontecimento, e nos dias de hoje, essas peças recuperadas encontram-se espalhadas por diversos Museus de Salvador, sendo esses: Palácio da Aclamação, Abelardo Rodrigues e Udo Knoff, onde algumas peças são expostas ao público, e outras guardadas.
Ao lado do Museu, encontramos as ruínas do local onde o açúcar era fabricado com o trabalho escravo, fábrica essa onde era um dos elementos que compunham o complexo de edifícios, genericamente denominada de engenho, e de frente a fábrica, havia um cais onde primitivamente os saveiros encostavam para carregar o açúcar diretamente da fábrica. O Inventário de 1856, assinala uma ponte de 88 palmos e 106 pilares. Esta ponte foi reconstruída durante as obras de adaptação do edifício a museu. Ao lado da fábrica estava um braço de mar, que foi cortado pelo acesso rodoviário criado em 1970/71, transformando-se em um pântano.
Fechado à visitação desde o ano 2000, o Wanderley de Pinho é o maior símbolo da falta de manutenção desse tipo de patrimônio na Bahia. Mas não é o único. Em estado semelhante, o Museu de Ciência e Tecnologia (MCT), pioneiro na América Latina, está fechado desde o início da década de 1990 e sofre com o desgaste de seu acervo e prédio, localizado na Boca do Rio, em Salvador.
A Diretoria de Museus (Dimus) do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultutal da Bahia (Ipac), que administra o monumento, garantiu que ao menos o acervo está preservado. Ou pelo menos parte dele, já que um assalto em 1991 fez desaparecer boa parte. “A polícia chegou a recuperar alguns deles”, lembra Fátima dos Santos, museóloga da Dimus e autora de um projeto de revitalização do espaço.
Na área externa, há um antigo canhão completamente enferrujado, Uma velha locomotiva, no mesmo estado de degradação, foi colocada no local quando da abertura do museu. Fontes de pesquisa: IPAC
Atualizado em 10/03/2017
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Olá amigo Gilmar,
ResponderExcluirGostaria muito de uma foto do Sobrado do Engenho Matoim. Estou fazendo uma pesquisa sobre os engenho. E sei que Candeias tem grande importancia para a história da Bahia.
Abç. meu e-mail: ximenesdearagao@gmail.com
Parabéns pelo blog. Poucas pessoas sabem da existências dessas belezas escondidas por essa terra maravilhosa.
ResponderExcluirO Museu está aberto para visita? Quero levar a minha Escola.
ResponderExcluirJoão Cláudio Souza
Gilmar,
ResponderExcluirseu blog é uma aula e uma inspiração. Você nos deu uma nova visão de Candeias, que ampliou os horizontes de nosso trabalho fotográfico. Obrigada!
Concordo!
ExcluirGilmar, gostei das informações sobre o Museu.Me
ResponderExcluirinforme como posso chegar até o local.
abraço/ Jorge Pacoa
Amigo Jorge, vindo de Salvador pra Candeias antes do bairro de Caroba tem uma rotatória que vc segue a esquerda dando acesso a via Matoim distrito de Madeira, depois que vem Caboto onde está localizado o museu, é um caminho meio complicado cheio de curvas mas dá pra chegar lá, no caminho vc também vai cruzar com algumas empresas inclusive o rio Jacarecanga, qualquer duvida liga pra meu tim: 081-97010229 Gilmar
ResponderExcluirquando vai ser a inagurasão do museu
ResponderExcluirlegal esse seu brog
ResponderExcluirparabens amigo
um abraço
Maravilha!
ExcluirSeu blog tem qualidade AAA. Parabéns!
ResponderExcluirQuanto a Candeias, vou falar a verdade. A cidade é a mais feia que eu já visitei...
Lembro de quando era menino e meu velho me levou até caboto. Na frente do museu tinha umas plantas que tinham o cheiro de menta. Acredito que realmente era menta. Comemos uma boa moqueca de rala-côco. Boas lembranças.
Espero que o museu seja revitalizado em breve.
Grande abraço.
Estes casarões antigos (vulgo casa-grande, casa de vivenda, ou casa de morada) são simplesmente magníficas e de uma beleza e aspectos históricos enormes.
ResponderExcluirÉ muito interessante estudar a arquitetura colonial. Um dado a ser divulgado é que na maioria das vezes, estas grandes construções foram feitas por anônimos, isto é, pedreiros ou mesmo escravos.
Gostei muito das fotos e das informações.
Gilmar, belo trabalho.Se mais pessoas tivessem esse espirito de cidadão que vc têm, com certeza a nação estaria num processo de transformação cultural e politica acelerado.
ResponderExcluirVerdade!
ExcluirOla' amigo Gilmar de Oliveira,que belissima recôlha !E' importantissímo existir um levantamento das vilas,sitíos e lugares e de todos os lugares,praias e ate' de lugares ou fincas "que julgamos ser mais uma",mas não e' assim como sabemos,nada cresceu do nada e tudo tem a história própria que originou o crescimento a perpetuaçËo ou nesmo o abandono.E' muitissimo importante pela a questão de Antrapologia social e arquitetónica...como você bem refere "não e' so' montes e buracos ou mato",pois ate' aquilo que a' primeira vista identificamos como mato deixa-nos vislumbrar enorme quantidade de plantas e vida vegetal que deveriam ser primordiais para a vida da humanidade a nivel de alimentos,medecina e das culturas chamadas de orgânicas ou biológicas,todas as regiões da Terra são de extrema riqueza e com principal destaque no Brasil,Nação riquíssima em individualidade humana e construção social e cientifica,e a' que preservar e incentivar a proteção do Património,para nós,para as novas gerações e para a grandeza e perzervação do Planeta Terra.Todo o cidadão tem o dever social e politico de defender o meio-hambiente.Grato por poder assistir e ficar informado e poder assim continuar o meu processo de apendizagem.Bem haja !
ResponderExcluirGilmar, gostaria de saber como faço para fazer fotos neste local maravilhoso? seria umas fotos de gestante que se apaixonou pelo local, meu email bmafotograf@gmail.com
ResponderExcluirOlá Gilmar, gostaria de te agradecer por contar tão bem e com tanto amor um pouco da história da minha família!
ResponderExcluirEstou aos poucos descobrindo os detalhes da história da família Rocha Pitta, que tenho o prazer de fazer parte. Encontrei em seu blog, uma parte importante dessa história que acaba interligando outra parte da minha família que se reuniu sem perceber: a família Pinho.
Espero poder conversar mais sobre essa parte da história aqui no seu blog!
Atenciosamente, Ebe Pita
Fico Feliz em ter vc como um comentarista no meu blog, afinal de contas a Famlíia Rocha Pita fez história e continua fazendo em nossa cidade. Obrigado mesmo.
ResponderExcluirQue saudades da minha terra! Lembro-me muito bem dos passeios dominical que minha família fazia, como era bom. Hoje, perderam-se os laços familiares, cada um tem sua vida, vai para o seu lado. Uma época em que, só o pai tinha carro. Uma vez, o Colégio Nossa Senhora das Candeias, (não sei se ainda existe), promoveu um passeio memorável, histórico mesmo, passamos o dia todo nos deliciando com a grandeza do lugar. Ainda quero levar minha filha. Como faço para chegar? Moro em outra cidade!
ResponderExcluirTina, Você chegando em Candeias existe transportes que saem a todo momento da Rodoviária de Candeias, bem fácil, se acaso vc vir de carro ao chegar na rotatória do Moliza fábrica de cerâmicas, não segue para candeias entra à esquerda e segue pela via Matoim pelo distrito de Madeira, olha cuidado para não se perder que é um pouco complicado a pista para chegar em Caboto.
ResponderExcluirObrigada, por responder!
ResponderExcluirVou de ônibus para poder apreciar com calma todo o trajeto e, trocar idéias com os passageiros.
O casarão está abeto a visitação?
Parabéns, pelo blog, suas dicas foram de grande valia!
Tina, s visita é apenas externa, não temos acesso para visitas interna, mas se você for num dia de sol vale a pena porque o lugar é bastante agradável principalmente à tarde. Boa Sorte lá.
ResponderExcluirGilmar, Belíssimo trabalho!
ResponderExcluirEvidencia bastante pesquisa e capacidade jornalística.
Parabéns também pela paciência com delicadas correções.
Por falar nisso há algum interesse na recuperação da locomotiva? Gostaria de participar.
Gilmar,
ResponderExcluirjá fiz muito piquenique com minha família no gramado do museu. Minha irmã esteve nesse local no último sábado 25/01/2014 pra que o filho dela (hoje com 31 anos) conhecesse já que ela falava tão bem da localização do museu, pois a lembrança dela era há mais de 30 anos e de agradáveis momentos. Infelizmente o que ela encontrou lá foi um museu em deterioração avançada.
Ficamos muito tristes com a abandono do lugar, achei seu blog ótimo e no início em 2010 você fala da reforma do local.
Gostaria de mais informações pois estamos interessadas em fazermos uma campana pela restauração do museu.
Você sabe quem está tocando essa reforma?
Acácia Gomes
acaciagomes@gmail.com
Acácia, tudo bem? na verdade essa reforma era pra ser realizada nesse período, desculpe-me pela falta de atualização do blog é que eu to de viagem há 3 ano e estou trabalhando em Pernambuco, mas vc tocou num bom assunto, o dinheiro foi doado para reformar mas não sei onde os politicos puseram esse dinheiro, desculpas mesmo mas ele está precisando de uma reforma mesmo, não está caindo aos pedaços não mas está bem feio mesmo, bom que eles vejam essa postagem e criem vergonha na cara, políticos não tem jeito mesmo, a cidade inteira precisa de uma reforma pra te falar a verdade, temos agora um prefeito que ao menos limpou a cidade que era muito suja, suja igual aos que passaram por ela para administrar, não sabemos mais o que fazer só esperar para que um dia haja esperança para a nossa cidade em aparecer um anjo bom que ame de verdade a cidade e tenha educação, porque quem tem educação valoriza a educação e a ordem. Abraços!
ResponderExcluirObrigado Gilmar pelo retorno.
ExcluirVocê sabe qual órgão recebeu essa verba?
Estou pensando em buscar essa reforma do Museu.
Um abraço.
Acácia Gomes
Obrigado Gilmar pelo retorno.
ResponderExcluirVocê sabe qual órgão recebeu essa verba?
Estou pensando em buscar essa reforma do Museu.
Um abraço.
Acácia Gomes
Lugar lindo. Pena que não é tão valorizado como deveria ser.
ResponderExcluirFeliz em saber que existe uma história palpável sobre a minha família! A gente fica orgulhoso só de saber que tem algo nosso no mundo e é preservado!
ResponderExcluirDavi Pita
ResponderExcluirOlá Gilmar. Parabéns por esse seu trabalho.
ResponderExcluirMe chamo Sérgio Oliveira e sou fotógrafo. Faz tempo que desejo ir neste lindo lugar, mas não sei se tem alguma taxa para entrar ou se está aberto aos domingos. Moro em Camaçari e sei que estou bem perto de lá.
agenciacarasebocas@hotmail.com
71 9258 4629 - whatsaap
O que está faltando mesmo são umas pousadas no local aí seria perfeito.
ResponderExcluirConheço o museu ia muito aí quando era criança com meus pais e irmãos já tenho 36 anos , quando eu ia a locomotiva ainda estava bem conservada . Ainda tinha grandes tachos de ferro ou caldeira se não me engano no entendo ora fazer a rapadura etc...nunca tive a sorte de encontrar a casa grande aberta meu sonho ainda é entrar Nela
ResponderExcluirOlá Gilmar, muito legal e de grande importância para a nossa cultura você resgatar essa história de nosso Estado.
ResponderExcluirEstive nesse casarão em 1995 e fiquei encantado, e hoje vai fazer 11 anos, poxa o tempo passou muito rápido. Quero voltar ai em março, porem queria saber se o local é museu aberto a visitas e quais os dias que funciona para o mesmo. Agradeço desde já!!!
Senhores,
ResponderExcluirGostaria de saber se o museu esta aberto a visitas... e se é verdade que tem uma
locomotiva vaporosa antiga.
Obrigado pelas informações
Paulo Miled (pmiled@yahoo.com)
Olá, gostaria de saber como chegar ao museu, e se tem algum responsavel.
ResponderExcluirNASPEC, preciso saber de qual cidade você irá se deslocar. O Responsável pelo Museu é o http://www.ipac.ba.gov.br/
ResponderExcluirmuito legal, parabéns. estou escrevendo um pouco sobre isso. seu blog me ajudou muito. valeu!
ResponderExcluirVlw, Elivandro! Sucessos pra vc e que o seu objetivo seja concretizado. Fé em Deus!
ResponderExcluirEstive pela segunda vez neste local, desta vez de barco,de onde contemlei o museu à distância, sendo que na primeira vez caminhei por todo o conjunto e vi de perto a beleza e a degradação do lugar. A sensação é um misto de alegria e tristeza. Um local belíssimo, mas totalmente abandonado.
ResponderExcluirSenhores,
ResponderExcluirGostaria de saber se o museu esta aberto a visitas... e se é verdade que tem uma
locomotiva vaporosa antiga.
Obrigado pelas informações
Precisamos urgente nos unir para envidarmos esforços em ver essa obra de arte requalificada, tamanha a sua importância para o Estado, sobretudo para a comunidade local, pois circunscrita numa vegetação lindíssima de mata atlântica, tendo a sua frente uma enseada, o povo de Caboto precisa ser mais valorizado!!!!! Conheci o Museu há anos e gostaria de proporcionar aos meus oportunidade de revisitá-lo, pois o cenário é belíssimo e precisa urgentemente ser recuperado.
ResponderExcluirHá mais de 10 anos é só promessa meu amigo, e nada de reforma!
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