Instituída pelo Decreto Municipal N° 23, de 04 de junho de1993, modificado pelo decreto municipal N° 13, de 03 de junho de 1994, a lagoa da CCC está localizada no município de Candeias, região metropolitana da capital Salvador, nas proximidades dos bairros de: Úrbis I, Nova Candeias, Centro, Pitanga, Nova Brasília, e Ouro Negro; tendo o seu principal acesso pela BA-523, 1 quilômetro e meio após o trevo do petróleo, chegando enfim no bairro Úrbis I, que é o principal acesso à lagoa.
No coração da Unidade, uma área de 264,49 m² guarda um passado rico e uma relevância ambiental imensa. Ali, onde hoje reside a Lagoa da CCC, outrora conhecida como "fazenda Pitanga", pulsava a vida de nascentes que alimentaram a lagoa e a conectaram ao Rio Boneçu. Essa conexão ancestral, que perdura até hoje que passaram a ocorrer por meio de passagens subterrâneas devido às modificações geográficas que ocorreram ao longo do tempo, sendo a Lagoa da CCC uma subafluente do Boneçu, um dos afluentes do imponente Rio Joanes.
Além da Lagoa exercer o papel de subafluente do Boneçu, ela também contribui para o estuário do Rio São Paulo, na Pitinga, com sua afluente que desagua nos manguezais da região, na Baía de Todos-Os-Santos.
Mais do que um mero espelho d'água, a essa lagoa se configura como um oásis de biodiversidade, lar de diversas espécies de fauna e flora, sendo o berçário do terceiro maior felino da América, a jaguatirica.
Os minadores junto com a nascente de água que havia na antiga fazenda Pitanga deu vida a esse belo ambiente aquático formando um refúgio para a vida subaquática; a exuberante vegetação que desenvolveu ao redor contribui hoje para a preservação do solo, a qualidade da água, sendo um refúgio para a vida silvestre, além de exercer um papel no equilíbrio do clima local. Apesar de sua importância ecológica, a Lagoa da CCC enfrenta desafios que colocam em risco a nossa saúde e a dos seres que dela dependem. Continue acompanhando a história para conhecer melhor a importância dessa APA e seus impactos.
A Fazenda Pitanga, em 1960, passou por grandes transformações com a chegada da Companhia de Carbonos Coloidais (CCC), a primeira indústria petroquímica da Bahia. A CCC idealizou e implementou um processo de represamento para aproveitar melhor as águas locais. A companhia proprietária de parte dessa fazenda e responsável pela expansão desse ambiente aquático, o que resultou na atração de uma grande biodiversidade. Atualmente, a região abriga uma variedade significativa de espécies de fauna e flora, enriquecendo ainda mais o ecossistema local.
Sobre a fauna subaquática, temos a tartaruga-de-água-doce, peixes, destacando-se a traíra e a tilápia em maior quantidade, mussum, além de diversos tipos de serpentes. Tudo veio mudando com o passar do tempo nessa unidade geográfica que também está agregada à propriedade da família Saback, ou seja, a lagoa da CCC, que está ligada ao rio Boneçú, essa abrange aproximadamente três áreas particulares e que hoje se tornaram importantes reservas no município de Candeias, sendo um refúgio para a vida selvagem com um número incrível de diferentes tipos de mamíferos, aves, além de répteis, anfíbios e insetos.
Um trajeto que facilita a passagem de trens cargueiros foi construído ao centro da antiga fazenda Pitanga, e após o represamento das águas, esse mesmo trajeto passou a dividir a lagoa ao meio sendo implantada ali uma passagem de água feita de forma artificial que conecta a lagoa de ambos lados. Os trens cargueiros são administrados pela Concessionária FCA (Ferrovia Centro-Atlântica ), atual concessionária da linha, o que bem antes disso, por volta dos anos de 1907, a mesma linha férrea era utilizada para deslocar passageiros de vários municípios da região metropolitana de Salvador até chegar em Candeias, tendo o seu destino na atual estação de trem da cidade, que se encontra próxima a atual Unidade de saúde.
Essa importante reserva abriga também espécies ameaçadas de extinção que fazem desse ambiente o seu local de refúgio, sendo hoje um importante espaço para a vida silvestre, além da exuberante flora representada por uma diversidade de árvores, plantas, arbustos e trepadeiras nativas, exóticas e plantas aquáticas.
É de suma importância manter a preservação dos ecossistemas, podendo também proporcionar pesquisas científicas, manejo e educação ambiental visando a conservação do meio ambiente.
O relato que descreve a história da Companhia de Carbonos Coloidais revela uma antiga fábrica localizada no município que foi estabelecida em 1960. No entanto, ao longo dos 30 anos de operação, a fábrica encerrou suas atividades, deixando para trás um significativo impacto ambiental na forma de poluição. Os moradores mais próximos, como os do bairro de Nova Brasília e Pitanga enfrentaram sérios problemas devido a essa poluição, resultando em alguns sendo forçados a venderem as suas casas.
Esse parecer destaca os desafios ambientais e sociais associados à presença de indústrias que podem afetar negativamente as comunidades locais. Pode ser uma oportunidade para discutir questões de sustentabilidade, responsabilidade ambiental e os esforços necessários para remediar áreas poluídas após o fechamento de instalações industriais.
Esse parecer destaca os desafios ambientais e sociais associados à presença de indústrias que podem afetar negativamente as comunidades locais. Pode ser uma oportunidade para discutir questões de sustentabilidade, responsabilidade ambiental e os esforços necessários para remediar áreas poluídas após o fechamento de instalações industriais.
Rio Boneçú / Por Pedro Saback
Perspectivas do Ambiente: Uma Exploração Multifacetada, Usos Diversificados e Impactos Negativos.
Pesca como Meio de Sustento: Apesar da poluição da água, a pesca é uma atividade comum, e os peixes capturados servem como fonte de alimento para os moradores, muitos dos quais têm baixa renda. As atividades pesqueiras desempenham um papel fundamental na subsistência e no sustento de comunidades pobres em todo o mundo. Aqui estão algumas maneiras pelas quais essas atividades são importantes: fonte de alimentação, fonte de renda, criação de empregos locais, segurança alimentar e nutricional, cultura e identidade, resiliência a choques econômicos: Para muitas comunidades pobres, a pesca pode ser uma fonte de resiliência econômica, fornecendo uma base de recursos que pode ser acessada em tempos de dificuldade, como desastres naturais ou crises econômicas. No entanto, é importante notar que a pesca insustentável, a poluição e a mudança climática representam ameaças significativas para as comunidades que dependem da pesca para subsistência.
Desafios Socioeconômicos: A descrição das famílias de baixa renda ressalta as disparidades econômicas no município, apesar de ser uma das cidades com um dos maiores PIBs no estado baiano.
Histórico de Afogamentos: O relato sobre afogamentos nas décadas de 1980 e 1990 destaca preocupações passadas com a segurança e ressalta a mudança na percepção e uso da lagoa ao longo do tempo.
Atividades Recreativas e Desportivas: A narrativa destaca a diversidade de atividades físicas e recreativas realizadas na região, incluindo caça que é uma prática ilegal e sem fiscalização, pesca, ciclismo, motocross, montarias e eventos como corrida de cavalos aos domingos de verão.
Utilização Múltipla do Espaço: A descrição do aproveitamento do espaço por boiadeiros para criação de gado (ilegal em APA) e eventos como corridas de cavalo demonstra a versatilidade da região e como ela é utilizada para diversas finalidades.
Com isso, percebemos um retrato multifacetado da vida no município, abordando não apenas os desafios, mas também as formas criativas e diversas como os moradores utilizam e interagem com o ambiente ao seu redor.
Uso da Linha Férrea Como Trilha Ecológica: Muitos utilizam a linha férrea como trilha ecológica, apesar de não ser aconselhável devido aos riscos associados à movimentação de trens cargueiros, porém, essa prática oferece uma visibilidade única para as pequenas reservas de vegetação variada ao redor com sua diversidade da fauna que é perceptível para quem gosta de fazer a trilha.
Riscos e Segurança: A movimentação de trens cargueiros adiciona um elemento de risco à prática da trilha ecológica. Destaca-se a importância de precauções de segurança e consciência dos usuários em relação aos perigos associados.
Diversidade de Atividades Recreativas: Além da trilha mencionada, há outras trilhas menos utilizadas por moradores, mas frequentadas por grupos de esportistas, incluindo ciclistas, motociclistas e trilheiros. Essas trilhas proporcionam ambientes agradáveis e verdes exuberantes, conectando diversos bairros da cidade.
Proximidade com o TECAN: A presença do Terminal de Candeias (TECAN) na usina de Biodiesel nas proximidades adiciona um elemento industrial à área, demonstrando a coexistência de atividades econômicas e recreativas na região.
Esse relato destaca a complexidade do uso humano em áreas naturais, ressaltando os benefícios estéticos e recreativos, mas também alertando para os riscos e a necessidade de considerar a segurança ao explorar tais ambientes.
"Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. Art. 1º O art. 32 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998".
A Comissão de Meio Ambiente (CMA) aprovou em 15 de Dezembro de 2021 um projeto de lei que determina pena de até 4 anos de prisão para quem praticar maus-tratos a animais. De acordo com a Agência Senado, os maus-tratos são abusos, mutilação ou ferimentos contra animais domésticos e silvestres. O texto (PLC 134/2018) prevê ainda que a zoofilia, a morte do animal ou a reincidência em maus-tratos serão agravantes da pena em até um terço.
O desmatamento, seguido de queimadas, teve um efeito devastador na região, contribuindo para a perda de habitats naturais e colocando várias espécies de fauna em risco.
Muitas espécies de mamíferos, incluindo veado, preá, paca, tatu, guaxinim, punaré, cuíca, jaguatirica, e o gato-do-mato-pequeno (considerado em extinção), foram afetadas, com algumas entrando em processo de extinção no município. A caça ilegal é mencionada como uma ameaça significativa para a fauna local, contribuindo para o declínio de várias espécies.
Apesar dos desafios, algumas espécies demonstram resistência nas regiões afetadas, ainda sendo avistadas mesmo diante dos frequentes crimes ambientais.
Com isso, a urgência da conservação e proteção do meio ambiente pode evitar a extinção de espécies e preservar a biodiversidade. Também destacamos a complexidade e a resistência da natureza, mesmo diante de desafios consideráveis. A conscientização sobre a importância da preservação ambiental é crucial para reverter esse quadro negativo.
O município de Candeias enfrenta desafios sérios relacionados à poluição e degradação ambiental, causados por atividades humanas próximas.
Aqui destaca-se a dificuldade em proteger e lutar contra os agentes de degradação, muitas vezes devido à insensibilidade ou falta de ações efetivas.
Mesmo com recursos naturais valiosos, como nascentes de água, manguezais e praias, algumas dessas áreas já foram ocupadas sem esforços significativos de preservação.
A preocupação com os impactos ambientais atuais e as mudanças climáticas é destacada como uma ameaça às gerações futuras, indicando a necessidade urgente de ações para reverter o curso acelerado de degradação.
O desmatamento é mencionado como um fator que contribui para o desequilíbrio ambiental, afetando não apenas a fauna e a flora, mas também a qualidade de vida humana.
Obtendo uma visão crítica da situação ambiental em Candeias, destaca-se a importância crucial da conservação e da ação para proteger os recursos naturais e garantir um ambiente saudável para as gerações futuras.
As variadas espécies de aves mais encontradas e que representam parte da fauna candeense estão presentes nesse pequeno espaço ecológico, são elas: bico-de-lacre, sanã-parda, sanã-castanha, sanã-carijó, suiriri, alma-de-gato, coruja-buraqueira, pica-pau-pequeno, marreca-ananaí, beija-flor-de-garganta-verde, beija-flor-de-garganta-azul, saracura-três-potes, frango d'água comum, frango d'água azul, choró-boi, saíra-de-bico-fino, saci-do-brejo, tiziu, garrincha, casaca-de-couro, casaca-de-couro-da-lama, anu-preto, caga-sebo, saci, aracuã-de-barriga-branca, rolinha-roxa, martim-pescador-pequeno, martim-pescador-grande, arapaçú-de-bico-branco, socozinho, fogo-apagou, savacu, tuim, corrupião, acauã, gavião-carrapateiro, canário-da-terra, rabo-mole, mergulhão-caçador, gavião-carijó, gavião-peneira, joão-de-barro, jaçanã (marrequinha), bacurau, juriti-gemedeira, sabiá-laranjeira, neinei, e além de muitas outras que foram identificadas aqui, num total de mais de 120 aves até o momento.
Dentre as muitas aves da região que estão presentes na fauna candeense, temos a casaca-de-couro (Pseudoseisura cristata), que é uma ave passeriforme da família furnariidae e muito conhecida pelo seu canto, encontrada em grande número na zona rural. É conhecido também como carrega-madeira-do-sertão, Cacuruta e Catapirra (interior do Rio Grande do Norte), carrega-madeira-grande (Bahia) e joão-de-moura (Ceará). Nas regiões do sertão e seridó da Paraíba esta espécie é também chamada de cajaca-de-couro, cajaca-vermelha e casacão.
Saracura-três-potes (Aramides Cajaneus)
A saracura-três-potes é uma espécie de ave da família rallidae, conhecida por muitos como sericora, três-cocos, saracura-do-brejo e outros nomes populares. Dificilmente pode ser vista, porém, pode ser ouvida em regiões alagadas, brejos, beira de rios, manguezais, e outras regiões semelhantes. Seus olhos avermelhados têm visão eficaz e é uma ave muito arisca, já que para fotografá-la de perto seria uma tarefa muito difícil, mas não impossível. O canto da saracura é um canto alto e formado na maioria das vezes por um dueto, geralmente oriundo do casal. Mede de 33 a 40 cm e chega a pesar até 466 gramas. Nas imediações da BR-523, à frente do ginásio poliesportivo de Candeias, nas reservas de matas, conseguimos escutar o seu canto, geralmente no começo da manhã e nos fins de tarde. Essa localidade mencionada é um local exclusivo onde as saracuras fazem de abrigo, sendo também uma área de reprodução e abrigo, além de outros tipos de aves que se utilizam daquela flora para seus momentos de repouso, como também nas proximidades da lagoa onde a ouvimos com muita facilidade.
Além de aves e pássaros que fazem parte desse ecossistema, encontramos também alguns mamíferos como o Tatu, a raposa, o veado, ouriço-cacheiro, tamanduá-bandeira-mirim, mico, o punaré; Marsupiais, como: o gambá (sariguê). a cuíca lanosa e a cuíca-de-três-listras; além de outros.
Espécies de répteis como: cágado, teiú, iguana, sapos e pererecas, lagartos; várias espécies cobras, tais como: cascavel, jararaca, sucuri, cobra-cipó, malha-de-sapo, cobra-verde, jiboia, coral, cobra-d'água-pintada, além de outras.
Um número considerável de mamíferos foram perdendo o seu espaço ao longo dos anos por motivos de desmatamento e queimadas que ocorrem com frequência no município, principalmente na região de Pitinga; Essa última citada sendo a mais prejudicada por esses impactos; é quando ocorre o processo de migração, quando as espécies de animais silvestres não mais encontram vegetação para seu abrigo e sustento no local, esses acabam saindo para outras regiões, ou até mesmo para as cidades. No caso da fauna remanescente de Pitinga, muitos desses animais silvestres acabaram se refugiando na localidade conhecida como "Região" próxima ao município de São Francisco do Conde, e de lá as espécies acabam também se deslocando aqui na lagoa, onde encontram uma vegetação exuberante e protegida, apesar dos impactos existentes no local, ainda temos boa parte de sua biodiversidade preservada.
O tatu-verdadeiro (Dasypus novemcintus)
O tatu é uma espécie de mamífero da família dasypodidae e é um mamífero que possui uma carapaça que cobre o seu corpo que é bem parecida com um tipo de armadura e geralmente se alimentam de insetos. Tendo seu nome de origem do tupi, são selvagens que costumam habitar em regiões de cerrados e locais úmidos com matas ciliares e florestas molhadas. De acordo com o site do National Geographic, um estudo publicado pela revista PLoS Neglected Tropical Diseases, os tatus são portadores de bactérias que causam a hanseníase pelo fato de terem sidos contaminados com a doença pelo próprio homem.
Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous)
É o canídeo mais conhecido dessa região e avançam facilmente para as cidades a procura de alimento. Galinha é um dos seus alimentos predileto. São animais vitimas de atropelamentos, já que costumam atravessar de uma via para outra e, à noite, dificultam um pouco a visão daqueles que estão ao volante; saem da mata e aparecem de repente na pista, algumas não conseguem se livrar dos automóveis, e acabam provocando acidentes.
Jaguatirica (Leopardus pardalis)
A jaguatirica pertence à família Felidae, e é mais uma dentre as espécies existentes na APA da lagoa, aqui no município de Candeias, e o animal também pode ser notado em outras localidades da cidade, a exemplo das regiões de Pitinga, Ouro Negro e Pindoba. Porte médio, com 72,6 a 100 cm de comprimento e peso entre 7 e 15,5 kg.
Animais como o veado e o mocó estão extintos da região e já se fizeram presentes nesse habitat, apesar de haver relatos de moradores locais de que ainda essas espécies são encontradas por aqui. No vídeo a seguir, uma mãe jaguatirica e seu filhote. Registro feito na noite do dia 27 de dezembro de 2023 às 18:17 hs. Estamos nos esforçando ao máximo para monitorar e proteger a mãe jaguatirica e sua espécie, especialmente considerando que estão em risco de extinção. A preservação da fauna e uma rígida ação contra caçadores são passos essenciais para garantir a sobrevivência de espécies ameaçadas.
Fica proibida a perseguição, destruição, caça ou apanha de animais silvestres, sejam eles de qualquer espécie em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais. Lei federal Nº 5.197, de 3 de Janeiro de 1967.
No ano de 2020, uma paca foi alvo de um caçador que atuava aqui na região da lagoa e, de acordo com testemunhas, o animal tentou escapar mesmo ferido, porém, morreu próximo ao distrito de Jabequara, em São Francisco do Conde. A caça no município ocorre de forma normal, sem nenhum tipo de fiscalização, sem sofrerem nenhum tipo de penalidade, e o mais agravante é que também ocorrem em áreas de proteção; tudo isso resultado da falta de interesse, corrupção, irresponsabilidade e incompetência do poder público municipal e dos órgãos ambientais.
O caso mais recente ocorreu no dia 19 de setembro de 2023, quando um caçador apelidado de "Misso" morador do bairro Urbis I, abateu uma jaguatirica na reserva. O meliante já vinha provocando danos e desequilíbrio ao meio ambiente abatendo animais de diversas espécies e praticando a caça comercial. O caso foi levado ao MP (Ministério Público) da cidade de Candeias, e o órgão solicitou à polícia civil para investigar o suspeito.
Parte da remanescente flora da sede do município de Candeias está concentrada nessa importante APA que está representada por diversas espécies da mata atlântica, plantas e árvores do cerrado, onde muitas delas são consideradas ornamentais e medicinais, além de arbustos trepadeiras, e uma variada categoria de flores, assim, podemos citar duas das espécies, sendo elas umas das mais conhecidas no município, que são:
Outras espécies
Além da embaúba e do dendezeiro, podemos mencionar uma diversidade de árvores, arbustos e plantas na flora local, sendo muitas dessas espécies ornamentais, exóticas, e medicinais, são elas: Pau-pombo, jurubeba-grande, eucalipto, jenipapeiro, cajueiro, amendoeira, goiabeira, cajazeira, ingá-branco, murici, embiriba, mimosa-pigra, pimenta-de-macaco, são-gonçalinho, mamona, tiririca, maricá, piteira, jambeiro, erva-de-touro, sucupira, trepadeira-guaranaí, canela-de-velho, cidreira, pau-de-lacre, sombreiro, aroeira, jacarandá-de-espinho, melão-de-são-caetano, leucena (espécie invasora), chocalho-de-cascavel, canudo, bilreiro, côco-babaçú, bambu, jamelão, sanhaçaíba, graviola-montana, mata-cavalo, matataúba, janaúba-verdadeira, cansanção, corda-de-viola, planta-papagaio, uva-do-cerrado, urtiga, alamanda-selvagem, erva-de-jabuti, velame, onze horas, caetê-vermelho, cambará-vermelho, cambará-branco, pau-jangada, dama-da-noite, angelonia lilás, barbasco, girassol-mexicano, mal-me-quer, e outras que estarei citando temporalmente em que essa matéria vier passando por novas atualizações. Foram quase 250 espécies da flora identificadas até o momento, além das várias espécies da fauna que ainda estão sendo monitoradas.
Mesmo reduzidas as ações do desmatamento e das queimadas na região da lagoa ao longo desses últimos 5 anos, essas espécies de árvores ainda continuam sendo vítimas da ação humana.
Labutar com preservação ambiental no município vem sendo uma tarefa árdua e cheia de obstáculos, já que a inclusão do tema da sustentabilidade do meio ambiente está muito distante das pessoas, assim como a consciência ambiental que poderia ser gerada através de ações do poder público municipal.
Na próxima imagem, ao lado esquerdo, uma espécie já próxima á sua fase adulta, acompanhada por dendezeiros e um pé de jacarandá-de-espinho.
A árvore é conhecida por diversos nomes populares, como: Pimenta de Macaco, Pimenta-de-negro, Pachinhos, Esfola bainha e em algumas regiões são conhecidas como Pindaíba por conta de seu formato; é de pequeno a médio porte nativa do Cerrado brasileiro, podendo chegar até 8 metros de altura. Planta muito ornamental, produz bela florada branca, que podem ser utilizadas para extração de um óleo muito aromático. Seus frutos se forem moídos, podem ser utilizados como substituto a Pimenta do Reino e atraem grande quantidade de pássaros e animais da fauna.
Pimenta de macaco é uma árvore brasileira nativa do cerrado e, além de seu fruto ser usado como pimenta de Reino, também possui muitas propriedades medicinais. Como exemplo, suas sementes e folhas são usadas em forma de banho para tratamento de feridas; Suas folhas também são usadas como antisséptico e no tratamento de hemorragias, úlceras e má digestão. Normalmente frutifica de dezembro a fevereiro, mas a época de frutificação pode variar de acordo com a região de cultivo.
Fonte: Safari Graden plantas exóticas.
Sobre o impacto socioambiental que afeta o ambiente
A principal fonte de poluição identificada é o lançamento de esgotos domésticos não tratados na lagoa, contribuindo para alterações nas características físicas, químicas e biológicas do ambiente, além da contaminação de crustáceos e moluscos, já que as águas da lagoa desaguam num estuário de grande importância do município, que é o estuário do Rio São Paulo, impactando com isso as frequentes atividades pesqueiras que ocorrem no local.
O excesso de despejos de resíduos líquidos, especialmente de esgoto doméstico não tratado, afeta negativamente a fauna aquática. O desenvolvimento excessivo de plantas aquáticas é indicativo de problemas de qualidade da água.
Embora seja naturalmente um filtro purificador em bacias hidrográficas, essas plantas podem se proliferar em excesso devido ao acúmulo de nutrientes provenientes do esgoto doméstico não tratado. Esse crescimento excessivo interfere nas trocas gasosas e na entrada de luz, afetando a fauna aquática.
O fenômeno de eutrofização é mencionado como uma consequência do excesso de nutrientes na água, resultando em crescimento descontrolado de plantas, depleção de oxigênio e mortandade de peixes e outras espécies.
Especialistas apontam que a diminuição das chuvas pode agravar a situação, concentrando mais esgoto e substâncias na água, alimentando o crescimento descontrolado das plantas.
Ações para tratar e reduzir os lançamentos de esgotos domésticos não tratados são de grande importância, preservando a qualidade da água e protegendo a vida aquática. Além disso, destaca a importância da conscientização ambiental para evitar o agravamento da situação. Baseado no depoimento dos biólogos Francisco Soares e Ribamar Rocha.
O problema da poluição dos rios é abordado como uma questão generalizada no Brasil, e Candeias não é exceção. O município enfrenta desafios ambientais decorrentes da falta de sistemas adequados de coleta e tratamento de esgotos, além do impacto das atividades industriais.
O ideal é adquirir estratégias para evitar e diminuir a poluição dos rios, incluindo a implantação de sistemas de coleta e tratamento de esgotos, recuperação e revitalização dos cursos d'água, controle dos usos e ocupação do solo, e correto manejo de resíduos sólidos. A conscientização da população sobre os problemas causados pela poluição também é enfatizada.
A falta de tratamento de esgoto em Candeias tem impactos diretos na lagoa e nos rios adjacentes, como a represa e o rio São Paulo. A vida nos manguezais, incluindo crustáceos e moluscos, é afetada, prejudicando fontes de renda locais.
A narrativa destaca a história da represa em Pitinga, originalmente um reservatório de água da Petrobras. O rompimento da represa e o despejo contínuo de esgoto doméstico levaram a uma rápida degradação, resultando em efeitos negativos visíveis, como o excesso de plantas aquáticas.
Conclui-se que, a poluição dos rios oferece riscos à saúde humana, destacando a importância de abordar não apenas os impactos ambientais, mas também as consequências diretas para a comunidade, e com isso apontamos para a necessidade urgente de ações para mitigar a poluição dos rios em Candeias, destacando a importância da conscientização pública e da implementação de medidas práticas para preservar os recursos naturais e proteger a saúde da população.
Focos de incêndio
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Brasil encerrou 2020 com o maior número de focos de queimadas em uma década. No ano passado, o país registrou 222.798 focos, contra 197.632 em 2019, um aumento de 12,7%. Os números só ficam atrás do recorde de 2010, quando o país registrou cerca de 319 mil focos.
O vídeo acima mostra cenas que ocorrem de forma criminal na segunda semana do mês de Fevereiro do ano de 2021, onde diversos focos de incêndio foram registrados durando aproximadamente 15 dias sendo combatido pelo autor do Blog (Gilmar de Oliveira) sem nenhum apoio do órgão público municipal. Mesmo o mundo enfrentando momentos difíceis com a COVID-19, na época, não houve nenhum tipo de mobilização por parte da administração pública para conter os incêndios que acontecia em outros pontos da cidade, já que a fumaça compromete o pulmão dos que são afetados pela doença, além dessa reserva ficar próximo a um dos principais hospitais da cidade.
As queimadas alteram a qualidade do ar, causam desconforto em pessoas que enfrentam problemas de respiração, afeta a fauna comprometendo a biodiversidade, causando prejuízo e mudando a qualidade da água, além de lançar gases poluentes na atmosfera, lavando em conta também as espécies de aves que colocam seus ovos no solo da reserva, a exemplo das aves: bacurau, sanã-castanha, sanã-carijó, além de outras que sofrem os impactos com essas pequenas queimadas.
O clima do município de Candeias é um clima bastante úmido, e isso propicia o fato de haver menos focos de incêndio, já que na região chove com frequência e pelo fato também do município estar próximo ao mar, e isso traz boas influências na qualidade do clima.
A Ampliação da APA é Um Processo Necessário Para a Proteção da Biodiversidade
As áreas de mata e brejos que abrigam espécies de animais silvestres são frequentemente consideradas de grande importância para a conservação da biodiversidade e, algumas dessas áreas que estão nas proximidades da Lagoa da CCC encontra-se fora dos limites dessa proteção, portanto, são candidatas ideais para inclusão dentro de áreas de proteção ambiental (APA). As APAs são designadas para proteger ecossistemas naturais, manter a diversidade biológica, promover o desenvolvimento sustentável e garantir o bem-estar das comunidades locais. Seria importante os órgãos ambientais pedirem uma análise a partir das imagens catalogadas nesses locais e criar planos que levem esses pontos que estão fora da Área de Proteção da lagoa a serem inclusos.
A Inclusão desses locais dentro de uma APA pode oferecer uma série de benefícios, como proteger habitats vitais para a sobrevivência de espécies ameaçadas, manter serviços ecossistêmicos essenciais, como purificação de água e controle de erosão, e oferecer oportunidades para pesquisa científica e educação ambiental.
Além disso, a gestão adequada dentro dessas áreas próximas da área de proteção pode ajudar a evitar atividades humanas prejudiciais, como desmatamento, drenagem de áreas úmidas e poluição, que podem ter impactos negativos sobre a vida selvagem e os ecossistemas.
Rios: São Paulo, Imbirussu, Jacarecanga, Boneçu, Petecaba, Joanes, e outros que são afluentes do Joanes acompanhados de remanescentes de mata atlântica, manguezais, restingas, cerrados; além de riachos como: Passagem e São Miguel.
Vegetação do município: Floresta ombrófila densa. Formação pioneiras com influência marinha (restinga) arbórea, formações pioneiras com influências fluviomarinha (mangue) arbórea.
Arborização urbana: Manguba, ficus-benjamina, amendoeira, gameleira, sombreiro, jamelão, bisnagueira (espécie invasora), tamarineiro, chapéu-de-napoleão, acácia-rubra, nim indiano. Estas são as principais e as mais encontradas em praças e ruas.
Tipo de Clima: Úmido
Relevo: Baixada litorânea, planícies marinhas e fluviomarinhas. Altitude: 97,0 m; latitude (Sul): 12º40'04''; longitude (Oeste): 38º33'02''.
Temperatura: Fica entre 22º a 32º. No verão chega a 38º e no inverno chega a 19º.
Parte da área mencionada nessa postagem: imagem.
Nota do autor do blog e agradecimentos: A postagem foi desenvolvida com o intuito de fazer transparecer ainda mais as belezas existentes no município de Candeias; belezas essas que vem enfrentando temporalmente o chamado "racismo ambiental", fator oriundo da população inconsciente que desconsidera o importante valor que tem a natureza promovendo uma série de degradações na flora.
Apesar dessa postagem ter sido elaborada no ano de 2008, um estudo mais detalhado sobre esse ecossistema iniciou-se em 8 de novembro de 2020 seguido de algumas dificuldades e desgastes, porém, feito com muito amor ao município e à natureza. O fato de eu atuar como fotógrafo colaborou bastante para catalogar cada planta, cada arbusto e cada árvore que compõe a vegetação presente.
Diante de todo esse trabalho realizado, venho solicitar a colaboração da comunidade candeense a fazer parte dessa campanha de conscientização, não desmatando, não poluindo e não danificando as reservas remanescentes do nosso município, evitando também a extração irregular do solo.
O agradecimento também vai para o professor Jair Cardoso pelo apoio e pela doação de mudas frutíferas e ornamentais que foram destinados a essa reserva, foram elas: pitanga, jambo, lírio-do-brejo, boldo, moringa, além de outras. O professor que também é historiador e lançou o seu mais recente trabalho chamado "Candeias: histórias de fé e trabalho", pela editora Quarteto.
Aos botânicos que colaboraram na identificação das mais de 250 espécies da flora existentes aqui na região da lagoa: Leonardo Jales Leitão, Nilce Bravo, André Benedito, Otávio Marques, Davi Alves, Gerdaff Lóra, Carlos Alberto Ferreira Júnior, Ali Rubio Hernández, e aos demais que ajudaram-me com todo o prazer e dedicação na busca da ID de cada planta, árvores, arbustos e trepadeiras.
Aos amigos Leinaldo Barreto, Henrique Holf, Gabriel Henrique, Matheus Eyng, e ao site wikiaves; esses são os que me ajudaram na identificação das aves da região.
Ao amigo Carlos taxista, morador do bairro Nova Brasília, que também já promoveu ações de sustentabilidade na lagoa com a soltura de espécies de peixes como: tambaqui, tambacu, e tilápia. As espécies foram criadas em sua própria residência e, tempos depois, foram soltas.
Obs.: este conteúdo seguirá adiante sempre com novas atualizações para melhor destacar a fauna e a flora do município de Candeias.
Marcelo é morador local e pratica a pesca na lagoa tirando daqui parte do seu sustento, afirmou.
Atualizado em 01/06/2024
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Gostei muito do Blog, e interassante.
ResponderExcluirminha cidade ate que enfim apareceu ago sobre ela
ResponderExcluirMuito bom, bem explicativo, consegui todas as informações que necessitava. Obrigado.
ResponderExcluirAs fotos estao otimas , e as informaçoes bem elaboradas
ResponderExcluirvaleu .
GOSTEI MUITO DO BLOG, TEM MUITAS COISAS Q NÃO SABIA A RESPEITO DA LAGOA DA CCC. MUITO IMPORTANTE.
ResponderExcluirEste comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirDefinitivamente uma excelente fonte de pesquisa. Os dados estão claros e demonstram confiabilidade e as fotos são de excelente qualidade. Apesar de morar aqui ha alguns anos, devo admitir que não fazia ideia da quantidade de dados e história que essa cidade possui.
ResponderExcluirMuito bom trabalho!!!
Vlw, Obrigado pelo comentário amigo, estou tentando melhorar mais e mais.
ExcluirGostei das informações. Gostaria de saber a origem da lago, se foi a CCC quem fez e se sim, por quê?
ResponderExcluirSafira, Boa Noite! o lago sempre existiu e, depois, veio a petroquímica CCC.
ExcluirEntao a lagoa n foi criada pelo humano e sim uma beleza criada por deus? Alguem sabe me responder
ResponderExcluirSim, foi criada por Deus! Ela tem a sua nascente própria, e ainda contribui para dois importantes rios da cidade.
ExcluirFicou lindo demais
ResponderExcluirParabéns meu amigo Gilmar pelo trabalho maravilhoso com o
ResponderExcluirMeio ambiente.
Obrigado, Marcelo! Deus abençoe a vc.
ExcluirBlog bem feito,fonte de grande conhecimento e pesquisa sobre nossa região,mim orgulha muito ter algo dessa qualidade apresentando nossa fauna e flora.
ExcluirMuito obrigado Gilmar.
Vlw, amigão! Que bom que vc gostou. Logo estarei inserindo mais informações na postagem. Fico feliz ao saber que o conteúdo está sendo útil para alguém. Abraços!
ExcluirGilmar De Oliveira, esse seu trabalho é gigantesco, importantíssimo e magistral. Parabéns, meu amigo ambientalista, nós e a natureza agradecemos. Espero que a prefeitura de Candeias, através da Secretaria do Meio Ambiente, passe a te dar algum suporte para desenvolvê-lo. Fica aqui o apelo.
ResponderExcluirObrigado, professor! Com pessoas como vc eu posso contra, com certeza! Você tem sido inspiração para mim nos trabalhos, e tem me ajudado bastante. Posso até dizer que somos parceiros nesta obra. Jair é uma figura importante na comunidade de Candeias. Vlw!
ExcluirMuito bom 👏🏼👏🏼👏🏼
ResponderExcluirGostei do conteúdo de pesquisa sobre a lagoa da CCC
Obrigado! Em breve irá aparecer mais novidades na postagem.
ExcluirExcelente conteúdo, sobre nossa tão amada lagoa da CCC com sua Fauna e Flora, quem já pescou ou muitas vezes já foi na lagoa da CCC por certo gostará de lembrar dessa Criação de Jeová Deus
ResponderExcluirVerdade, amigo! É impossível não lembrar do criador de todas as coisas em um ambiente como esse. Muito obrigado!
ExcluirQue pena .Hoje o cenário é outro a lagoa está morrendo a vegetação já cobriu boa parte da lagoa
ResponderExcluirVdd! Já fiz a solicitação para limpar a lagoa. Vamos aguardar e pedir para que Deus toque no coração do gestor, e que ele cumpra com o dever de zelar do meio ambiente e dos recursos naturais.
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