A barragem está localizada em território candeense, especificamente no povoado conhecido como "Madeira" às margens da BA-521, após o distrito de Caroba, entroncando para a via Matoim, como se estivesse indo à região de Caboto. Também conhecida como Jacarecanga II, uma área de preservação que, no passado, já foi bastante utilizada como área de lazer e pesca, porém, atualmente, vemos o seu aspecto mudando dia-após-dia devido aos impactos gerados por ocupações que afetam de forma negativa ao meio ambiente comprometendo tanto a qualidade da água quanto a vegetação e a sua fauna nativa, já que essas áreas de preservação permanente tem objetivos expressos em relação à integridade dos ecossistemas e a qualidade do meio ambiente quando preservadas.
Temos também o povoado de Pasto de fora que também fica nessas proximidades; comunidade essa oriunda de uma antiga estação de embarque e desembarque de trem que havia no local, havendo em suas proximidades algumas indústrias do CIA-NORTE que se instalaram próximo a Pasto de Fora, estando localizado pouco antes da estrada via Matoim, à primeira direita.
Essa barragem já foi uma das reservas naturais mais belas existentes no município de Candeias, e era dotada por um recurso hídrico riquíssimo que abrigava uma exuberante biodiversidade. Hoje agoniza gradualmente. Espécies como: tucunaré, apaiari, tilápias, piabas, aves aquáticas, jacarés, sucuris, jabutis, e outras espécies que fazia parte dessa reserva desapareceram temporalmente; tudo isso reflexo das severas agressões nesse rio, que é ambiente onde têm o seu papel de abrigar a biodiversidade promovendo a disseminação da vida, garantindo a qualidade do solo e o armazenamento de recurso hídrico em condições favoráveis de quantidade e qualidade.
Conforme o depoimento de moradores locais, alguns empreendimentos instalados às margens da colonial geraram alguns impactos negativos que comprometeram diretamente a qualidade da água, desequilibrando com isso a fauna e a flora, ou até mesmo a vida das pessoas, já que alguns depoimentos coletados desses nativos, essas águas já foram usadas para gastos domésticos em diversas vezes, principalmente em tempos onde não haviam água encanada. "A gente via aquelas águas límpidas correndo em direção ao mar do distrito de Passagem dos Teixeiras, e eventos aconteciam em fins de semana eram comuns, onde nós fazíamos barracas à beira do rio e passávamos o domingo nos divertindo, e isso era a forma de distração até mesmo para as crianças" afirmou Hamilton, um dos moradores mais antigos do distrito. Hamilton relatou que, com a chegada de algumas empresas instaladas no local, as coisas foram mudando e, com o passar do tempo, a qualidade da água começou a mudar e aguapés foram se formando e cobrindo a superfície, um fato que ocorre quando há excesso de despejos de nutrientes nas águas.
Logo antes da chegada de uma dessas empresas na localidade, houve manifestos contra a instalação de um desses empreendimentos, já que este causaria sérios danos, tanto à vida das pessoas quanto ao meio ambiente. Na época, dia 6 de outubro de 2011, cerca de 300 pescadores ligados a comunidades quilombolas de Candeias e Salvador protestaram na rodovia BA-521, em frente ao Porto de Aratu, contra a construção de uma dessas usinas termoelétricas na região, já que existe outra sendo construída no mesmo local, porém, as obras estão paradas devido à crise. Segundo a fonte do jornal A Tarde da época, os pescadores denunciavam que as obras foram iniciadas sem licença ambiental e sem consulta à comunidade. Os manifestantes bloquearam, por volta das 08:00 hs, às duas vias de acesso à rodovia, o que deixou o tráfego complicado no local. No entanto, por volta das 9h30, eles liberaram a pista e se concentraram em frente às obras da termoelétrica, segundo informou a Polícia Rodoviária Estadual (PRE-BA).
Para a pescadora Marizelia Lopes, liderança em uma comunidade de pescadores, o principal problema da construção da termoelétrica é a agressão ao meio ambiente e as consequências que trará às comunidades. Segundo ela, não havia nenhuma sinalização indicando o tipo de construção, o valor investido ou os responsáveis pela obra.
O processo de industrialização no município de Candeias veio se dando de forma desordenada, comprometendo assim a qualidade das reservas naturais, como a exemplo de rios, lagos e manguezais; reservas essas ricas em biodiversidades das quais diversas famílias que dependem da pesca para sobreviver temem à extinção das várias espécies que estão abrigadas nesses ecossistemas e que servem como fonte de renda para os nativos pescadores e marisqueiros.
Recentemente, estamos tentando de um modo reverter essa situação com o intuito de salvar o que pouco nos resta e, como é notório de muitos, o município de Candeias acarreta uma sucessão de impactos ambientais gerados, muita das vezes, por pessoas e indústrias químicas desequilibrando toda forma de vida existente nesses ambientes naturais.
O vídeo acima mostra esportistas náuticos que concorriam em um campeonato de jet ski na colonial. Esse evento que foi patrocinado por comerciantes da cidade e pela prefeitura municipal na pessoa de Antônia Magalhães, ex-prefeita do município, no início da década de 90; evento esse que aconteceu por diversas vezes, sendo uma em cada ano. O campeonato de jet não é compatível às microbacias, já que gera um grande desconforto à fauna aquática, não sendo um problema tão agravante, porém, o nosso intuito de exibir o vídeo é o de comparar a situação desse ecossistema de como ele era no passado e de como ele se encontra atualmente.
Sobre a vegetação que cobre a superfície dos rios
Um dos fenômenos que sinalizam que os rios estão recebendo um grande despejo de matéria orgânica, é a vegetação que aparece na sua superfície, em grande quantidade, deixando o espelho d'água encoberto. Esses despejos, a exemplo dos esgotos domésticos e industriais sem tratamento adequado, e que são lançados nos rios; esses acabam promovendo o desenvolvimento de plantas conhecidas como aguapé ou gigoga, que é uma grande indicadora da qualidade das águas, porém, havendo um excesso no surgimento dessa planta, o espelho da água é encoberto retendo assim a passagem da luz do dia para o ambiente aquático, já que micro-organismos que dependem dessa luz para para fornecer oxigênio num processo conhecido como fotossíntese; evento esse que é de grande importância para a fauna aquática e, quando não ocorre esse fenômeno que gera às trocas gasosas entre a água e o ar, sucede a morte de peixes e outras espécies que dependem desse oxigênio e, com isso, podemos também mencionar o processo conhecido como eutrofização.
No caso dos aguapés, esses atuam como um filtro que se alimentam de resíduos suspensos na água desenvolvendo um papel de purificadores das bacias hidrográficas, porém, o excesso dessas plantas na superfície, que é causada pelo excesso desses nutrientes, acabam comprometendo de forma negativa a fauna aquática impedindo a passagem do oxigênio e, com isso, ocorre a mortandade de peixes e outras espécies, como foi mencionado no parágrafo anterior, além de dificultar também as atividades pesqueiras.
De acordo com especialistas, com a diminuição das chuvas a água do rio baixa e aumenta a concentração de esgoto e substâncias das quais essas plantas se alimentam. Baseado no depoimento dos biólogos Francisco Soares e Ribamar Rocha.
Artigo 225 da constituição federal que garante proteção a esses ecossistemas
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
muito bom esse blog. estou muito bem informada sobre o rio .
ResponderExcluirObrigado Suely!
ExcluirRio lindo, obrigado por divulgar esta beleza natural pouco conhecida pelos cidadãos candeenses!
ResponderExcluirVlw amigo!
ExcluirA poluição das águas é qualquer alteração em suas características físicas, químicas e biológicas que possa causar prejuízo à saúde da população, comprometer a fauna e a utilização das águas para usos benéficos. Milhares de rios são poluídos por todo o mundo todos os dias, o que representa um problema socioambiental bastante grave.
ResponderExcluirA expansão urbana desordenada, aliada ao desenvolvimento da indústria e das atividades agrícolas são as principais causas da poluição dos rios. As atividades domésticas, industriais e comerciais geram poluentes característicos que influenciam de diferentes formas a qualidade das águas.
A poluição dos rios pode ser química, física ou biológica. A poluição química é caracterizada por dois tipos de poluentes: biodegradáveis (produtos químicos que são decompostos pela ação de bactérias ao final de um tempo, como detergentes e inseticidas) e persistentes (persistem no meio ambiente e nos organismos vivos, sendo tóxico para estes, como o mercúrio). A poluição física altera as características físicas da água, a principal é a poluição por sólidos. A biológica é a contaminação da água por organismos patogênicos (bactérias, vírus, vermes, etc.).
Várias são as fontes poluidoras dos rios, entre as quais se destaca o lançamento de esgotos residenciais, industriais e hospitalares não tratados. Esse esgoto aumenta a quantidade de matéria orgânica na água e consome oxigênio em seu processo de decomposição, causando a morte de peixes e outros organismos aquáticos. Além disso, causa mal cheiro e representa um risco a saúde publica, pois é constituído por vários micro-organismos patogênicos.
Outra fonte poluidora é o depósito de lixo nos rios. Esse lixo é formado por resíduos sólidos, principalmente residenciais e industriais. O lixo vai se acumulando, provoca o assoreamento dos rios e pode chegar ao ponto de não permitir o fluxo da água para locais onde o rio é canalizado, provocando enchentes quando ocorrem chuvas intensas.
O uso de defensivos agrícolas é a principal causa de poluição dos rios no meio rural. Os agrotóxicos usados acumulam-se no solo e são direcionados aos rios pela água das chuvas, onde intoxicam e matam diversos seres vivos. Os fertilizantes contêm em sua composição nitrogênio e fósforo, que quando atingem os rios provocam o desenvolvimento de uma superpopulação de algas, causando a eutrofização das águas. Esse tipo de poluição também é causado por indústrias de fertilizantes que lançam seus efluentes nos rios.
No Brasil, quase todos os rios possuem algum tipo de poluição. Entre os mais poluídos estão os rios Tietê, Iguaçu, Ipojuca, dos Sinos, das Velhas e Doce. Algumas possíveis estratégias para evitar e diminuir a poluição dos rios é a implantação de sistemas de coleta e tratamento de esgotos, recuperação e revitalização dos cursos d’água, controle dos usos e ocupação do solo e correto manejo de resíduos sólidos. Além disso, conscientizar a população a respeito dos problemas causados pela poluição dos rios é fundamental.
Referências
Magossi, L. R. e Bonacella, P. H. Poluição das águas. São Paulo: Editora Moderna, 1997.
Arquivado em: Meio Ambiente
Bom dia o que procuro é informações de atividades pesqueiras profissional ou artesanais neste Rio ou em outros que circundam a cidade de Candeias....se alguém souber destas informações peço que publiquem, seria uma forma de incentivo no turismo de pesca esportiva para o local. Grato.
ResponderExcluirBom Dia! O material está em andamento e breve será postado; Farei um jeito de publicar o mais breve possível. Obrigado por visitar o Blog e fazer essa petição.
ExcluirBoa noite gostaria de saber o lugar onde desemboca desse rio.
ResponderExcluirE o nível de pronfudidade para uma pesquisa da minha filha
Boa! perdoe-me por demorar tanto em responder: é que houve um problema com a moderação dos comentários aqui e só hoje conseguir liberar os seus comentários. Acrescentei mais algumas informações no texto, porém, a qualidade da água já foi estudada e estou noa guardo do resultado.
ExcluirE o nível de poluição.
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